Por: Cecília Arraes
Desde 2008, com a aprovação do Sorafenibe em primeira linha para tratamento de Hepatocarcinoma (HCC) baseado no estudo SHARP, nenhuma outra droga tinha se mostrado superior, sendo este o padrão de tratamento para os pacientes que se apresentavam com doença metastática ao diagnóstico. Uma alternativa ao Sorafenibe, era o Levantinibe, que se mostrou não inferior, baseado no estudo REFLECT trial.
Imunoterapia isolada, com Nivolumabe no Checkmate 459, foi negativa, não demonstrando superioridade em relação a Sorafenibe.
Entretanto, no dia 23 de novembro, na sessão plenária da ESMO ASIA 2019, corroborando os dados do estudo fase 1B (GO30140) publicado na ESMO 2019, foi apresentado os resultados do IMbrave-150, estudo de fase III que comparou a combinação de Atezolizumabe (anti-PDL1) e Bevacizumabe (anti-VEGF) versus o padrão (Sorafenibe) no tratamento de primeira linha do HCC irressecável.
O estudo recrutou 501 pacientes em vários centros para receber Atezolizumabe 1200mg associado a Bevacizumabe 15mg/kg a cada 3 semanas no braço experimental e Sorafenibe 400mg 12/12h no braço controle. O desfecho principal do estudo foi avaliação de Sobrevida Global e Sobrevida livre de progressão.
Os dois defechos primários foram atingidos, com SG não atingida no grupo da combinação x 13 meses com Sorafenibe (HR: 0,58) e com SLP de 6,8 meses na combinação versus 4,3 com Sorafenibe (HR: 0,59). A taxa de eventos adversos foram semelhentes em ambos os grupos com toxicidade grau 3 e 4 de 57% na combinação e 55% com Sorafenibe.
A partir dos dados do III IMbrave 150, podemos dizer que em 2019 temos um novo padrão de tratamento para HCC avançado em primeira linha de tratamento.
Referências